Casamentos

O ser humano não foi feito para viver sozinho. Só nos tornamos plenamente humanos quando compartilhamos a vida com alguém. Uma das formas de experimentar uma comunidade de amor é o casamento ou matrimônio. O Livro de Oração Comum afirma que a procriação não é a meta principal e exclusiva do casamento. Pelo contrário, em primeiro lugar está a edificação mútua e a ajuda e consolo recíprocos em qualquer situação. Por fim, havendo possibilidade, deseja-se a procriação dos filhos e sua educação no conhecimento e no amor de Deus.

Amar é uma experiência profundamente humana. Quando se decide submeter este amor à vontade de Deus, ele assume o testemunho do próprio amor divino. No matrimônio, Deus oferece seu próprio amor para fortalecer e nutrir a vida dos nubentes.

Neste Sacramento, a Igreja funciona como testemunha da manifestação da vontade dos nubentes, declarando a bênção de Deus sobre essas vontades. Na verdade, são os nubentes os verdadeiros ministros e os responsáveis por sua implementação, sem, contudo, prescindirem do apoio de toda a comunidade. Partilhar a vida com um(a) companheiro(a) tem sérias implicações especialmente em meio à sociedade atual. No entanto, o dever da Igreja é oferecer subsídios para que o casal possa experimentar a fidelidade, o serviço desinteressado ao outro e a promoção da dignidade entre ambos.

O casamento cristão é um sacramento, um ato solene e público de uma união espiritual e física entre duas pessoas, celebrado por consentimento mútuo e íntimo e com a intenção de que seja para toda a vida.

A Igreja Episcopal Anglicana do Brasil celebra o matrimônio depois de cumpridas as seguintes exigências:

  • Prova de habilitação para casar, de acordo com a legislação civil em vigor.
  • Publicação ou anúncio dos proclamas.
  • Palestras do celebrante com os nubentes em caráter pastoral.
  • Um dos nubentes, pelo menos deve ser batizado.

A celebração do casamento é um ato público e só pode ser realizado na presença de duas testemunhas, no mínimo, em dia, hora e local previamente anunciados.

O Sacramento do matrimônio sempre foi compreendido como um sacramento permanente e único, para toda a vida. Porém, com as constantes transformações nos valores e padrões culturais, sociais e familiares, com o advento e a legislação do divórcio, e seu reconhecimento pela Igreja Anglicana, foi permitida às pessoas uma nova oportunidade, uma outra possibilidade de refazer sua vida conjugal. A Igreja necessita oferecer o socorro espiritual de que precisam, para refazerem suas vidas e experimentarem a misericórdia de Deus. Por isso, admite-se a possibilidade de as pessoas, acompanhadas pastoralmente, reconstruírem-se afetivamente com novo(a) parceiro(a) sem perda do valor intrínseco do Sacramento.

O fracasso de um amor não é o fracasso do amor. As segundas núpcias são precedidas de um cuidadoso processo de acompanhamento pastoral que passa, inclusive, pelo Bispo Diocesano e deve ter um parecer favorável deste para que possam ser efetivadas legal e sacramentalmente.