Litania da Diocese Anglicana de São Paulo para tempos de Covid-19

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Santos

A vida contém apenas uma tragédia, por fim: não ter sido um santo.
Charles Péguey

Há santos famosos: Nicoulau, Francisco, Patrício. Santos Apostólicos: Mateus, Marcos, Lucas e João. Alguns santos são anjos como São Miguel Arcanjo. Outros estão nos elevados escalões clericais como o Papa São Gregório, o Grande. Outros, como Santa Marcela, foram leigos por toda a vida. Alguns são mulheres como Santa Maria, algumas foram inclusive virgens como Santa Beuva. Mas mesmo que você não seja uma virgem, um papa, ou um arcanjo, você ainda pode ser um santo.

No sentido mais amplo, qualquer um que está fazendo algum tipo de esforço para seguir o caminho de Deus é um santo.

Se você vai à igreja neste domingo, provavelmente você cantará o hino “Os Santos do céu” (I Sing a Song of The Saints of God). O hino foi escrito por Lesbia Scott, que o cantava para seus filhos (e traduzido ao português por Jaci Correia Maraschin – N.do.T). No hino, ela diz que os santos eram pacientes, bravos e verdadeiros, alguns eram pastores ou doutores ou soldados. Um até foi comido por uma grande besta selvagem. Mas todos eles foram santos. O hino termina com as palavras, “…and I mean to be one too” (… eu também quero ser).

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O Ministério Episcopal – Uma reflexão a partir do Novo Testamento e do Redescobrimento da Patrística

Reverendo Benedito Tadeu dos Santos
(Mestre em História Social – PUC-SP)

Uma Igreja Ministerial

A presente reflexão tem como objetivo expor questões sobre a Teologia do Ministério, tendo como ponto inicial o movimento de Jesus e seus desdobramentos históricos.

Partimos da proposta difundida por diversos teólogos de que a Igreja é formada por diferentes Ministérios[1], onde todas as pessoas batizadas fazem parte do sacerdócio comum dos fiéis[2]. Numa feliz analogia, o Apóstolo São Paulo, em sua primeira carta à comunidade de Corinto, no capítulo 12,12-27, compreende a Igreja como sistema orgânico, onde os membros da comunidade são tal como membros de um corpo, e Cristo é a cabeça. Paulo, entretanto, reconhece que o corpo possui vários membros, cada qual com a sua função determinada pela natureza, de maneira própria e particular. A partir dessa premissa, podemos articular uma Teologia dos Ministérios, onde todas as pessoas batizadas fazem parte do sacerdócio comum/universal dos fiéis, desenvolvendo assim, os dons e carismas para a edificação do Corpo de Cristo que é a Igreja, e santificando o mundo como testemunhas da ressurreição. Porém há Ministérios específicos e atuantes na vida da comunidade de fé, que ganham legitimidade e múnus para o exercício de suas funções eclesiais.

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Arcebispo Welby alerta sobre o “imperialismo cultural” na evangelização de outras fés

O Arcebispo de Cantuária, Justin Welby, proferindo a palestra “Boas novas para todos? Evangelismo e outras fés”, no Palácio de Lambeth, em 13 de março. Crédito da foto: Palácio de Lambeth.

O Arcebispo de Cantuária, Justin Welby, alertou contra o “imperialismo cultural” e pediu para que os cristãos sejam sensíveis e busquem o diálogo genuíno quando testemunharem a pessoas de outras fés. Ele realizou este comentário quando proferia o anual Deo Gloria Lecture, organizado pela London School of Theology (Escola Teológica de Londres), no Palácio de Lambeth, no dia 13 de março. O Arcebispo advertiu contra a evangelização como um produto em um mercado ou uma expressão de superioridade cultural.

O Deo Gloria Lecture é um evento anual organizado pela London School of Theology em parceria com a Deo Gloria Trust. Palestrantes anteriores incluem o Professor Alister McGrath, Cônego Andrew White, Cônego J. John, Eugene Cho, Shane Claiborne e Heidi Baker.

“Nós precisamos estar prontos: prontos para falar, compartilhar. Isto é esperança para o mundo”, disse o Arcebispo Justin em seu pronunciamento. “Mas deixemos este testemunho ser temperado com a gentileza e respeito”.

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Direitos humanos sob o prisma anglicano

O Arcebispo da Cidade do Cabo e Primaz da Igreja Anglicana no Sul da África, Thabo Makgoba, apresenta uma perspectiva anglicana para o 70º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Eleanor Roosevelt exibe cartaz com a Declaração Universal dos Direitos Humanos das Nações Unidas, 1949.

Hoje (10 de dezembro de 2018) nós celebramos o 70º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada em 1948 pela organização recém-estabelecida das Nações Unidas, no rescaldo da Segunda Guerra Mundial. Alguns cristãos sentem-se desconfortáveis com o crescimento do moderno movimento de direitos humanos, vendo-o como uma “religião secular” que ameaça substituir nossa fé, especialmente onde as crenças e práticas cristãs estão em declínio nos países do Norte Global.

Falando como alguém do Sul Global, eu não tenho tal desconforto – principalmente vindo de um país no qual nossa fé foi pervertida por igrejas cristãs ao propagarem a noção de separação de pessoas tendo como base a raça e etnia como necessária para pacificar a coexistência humana, e, portanto, negar nossa convicção de que “não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus”. Gálatas 3:28

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