Igreja da Inglaterra publica orientações para escolas sobre bullying homofóbico, bifóbico e transfóbico

A Igreja da Inglaterra publicou no dia 13 de novembro orientações revisadas para ajudar suas 4.700 escolas a enfrentarem o bullying homofóbico, bifóbico e transfóbico (HBT). A Igreja da Inglaterra informou que as orientações ajudarão a prevenir que as crianças nas escolas “tenham sua autoestima diminuída ou sua capacidade de alcançar impedida por serem intimidadas por causa de sua orientação sexual ou identidade de gênero percebida ou real”. É uma versão atualizada das orientações de 2014, Valuing All God’s Children (Valorizando todas as crianças de Deus), que tratou de comportamentos homofóbicos. A atualização aborda uma vasta gama de comportamentos negativos, e incorpora quadros jurídicos e de fiscalização relevantes e reflete a visão da Igreja para a educação, cujos quatro elementos são sabedoria, esperança, comunidade e dignidade, que formam a base teológica das orientações.Escrevendo para o Anglican Communion News Service (Serviço de Notícias da Comunhão Anglicana), o Arcebispo de Cantuária, Justin Welby, disse que as novas orientações “são sobre fazer com que nossas brilhantes 5.000 escolas sejam lugares seguros para se crescer”.

Ele disse: “Todo bullying causa danos profundos: leva a níveis mais altos de desordem mental, auto-mutilação, depressão e suicídio… as orientações são sobre a prevenção ao bullying, não sobre ética sexual. Elas refletem o entendimento da Igreja de que toda pessoa tem sua dignidade intrínseca como ser humano”.

As orientações pedem “claras políticas anti-bullying” que incluam “comportamento e linguagem HBT”. Informa que políticas de como reportar incidentes devem ser acessíveis e que os funcionários devem ser treinados para reconhecerem o bullying. O relatório diz que o currículo das escolas e a adoração coletiva devem apoiar a visão, e que a igreja mais ampla deve garantir que as escolas respondam adequadamente às orientações.

O principal bispo da Igreja da Inglaterra para a educação, o Bispo de Ely, Stephen Conway, disse: “Nossa visão para a educação fala sobre viver uma vida em sua completude. Nossa visão tem um claro comprometimento com a dignidade e a esperança, e ambas podem ser debilitadas pelo bullying. Estas orientações ajudarão a tornar nossa visão em realidade, ao equipar as escolas para remover estas perniciosas formas de bullying que atingem o cerne da identidade e da formação de uma criança”.

O chefe do escritório de educação da Província, Nigel Genders, adicionou: “Fornecer educação para um milhão de crianças que permitirá com que elas vivam uma vida em toda sua plenitude é uma grande responsabilidade. Estes conselhos práticos e considerativos estão repletos de modelos e com uma seleção abrangente de recursos para escolas, professores, famílias e jovens. Espero que isto faça a diferença para nossas comunidades escolares e também para alunos individualmente”.

O relatório reconhece que há desacordos em questões relativas a sexualidade humana, casamento e identidade de gênero, e diz: “No entanto, é preciso haver um comprometimento fiel e amoroso a permanecer em relacionamento com o outro e honrar a dignidade de sua humanidade sem ‘dar as costas’, repudiando a outra pessoa, ou clamando superioridade”.

Publicado em 13/11/2017 no site Anglican Communion News Service.